a vida tem sempre um fim... um fim que ninguém deseja, que ninguém o quer... mas tem :(
hoje ali naquela cama, vi-te a dormir tão serena que não tive coragem de te acordar...
ali fiquei a observar-te como se fosse a última vez mas não vai ser, pois eu acredito nisso... eu quero crer...
após breves minutos e na tentativa de me retirar não hesitei em passar-te a mão pelos teus cabelos grisalhos... despertas lentamente e ao veres-me dizes o meu nome :)
pareces-me estar bem mas a tua voz trémula diz-me o exactamente o contrário e meu coração apertou-se de tal maneira que não tive palavras para te dar...
ali fiquei a ouvir-te, ajoelhado no chão à beira da tua cama e peguei na tua mão... como estava fria...
vi no teu corpo fraco as manchas negras revelando uma imensa fragilidade interior que teima em romper-se.
enquanto falavas olhei-te nos olhos...
e vi-te por dentro...
as lágrimas não saíram mas aquele nó na garganta não se desfez no resto do dia.
ali, naquele chão, abeira daquela cama, vi-te sem esperança de viver...
vi-te à espera, à espera... que a morte te leve.
por favor não...